Iam dois monges a caminho. Chegaram à margem dum rio que levava muita água. Não havia ponte e era preciso atravessá-lo a pé.
Enquanto se preparavam para a travessia, chegou uma mulher jovem e bonita. Também ela precisava de atravessar o rio, mas não se sentia com coragem.
Um dos monges, ao vê-la em aflição, aproximou-se e disse-lhe:
_ Se quiser, posso ajudá-la a atravessar o rio. Como sou forte, levo-a às costas.
A jovem mulher consentiu. Enquanto o outro monge atravessou o rio sozinho, o outro carregou com a mulher que no final, agradeceu muito reconhecida.
Quando continuaram o caminho, o outro monge, escandalizado, começou a censurr o colega:
_ Então tu atreveste-te s tocar numa mulher. Desobedeceste à santa regra do mosteiro, deste mau exemplo...
O outro, já cansado de ouvir tantas repreensões, disse ao colega:
_ Irmão, eu deixei a mulher depois de ter atravessado o rio. Vejo que tu é que ainda a levas contigo...
Comentários
Parece que um monge viu com os olhos sujos o lindo gesto do colega, ao ajudar a mulher a atravessar o rio. Um gesto de solidariedade que é lido com más intenções.
Costuma dizer-se que " o ladrão pensa que todos dão da sua condição". Será que também nós temos a tendência a interpretação mal as acções depois outros???
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